Food for Tought

Anos atrás, lembro-me de ir de metrô até a estação Tucuruvi e depois pegar um táxi: tudo para poder conhecer o famoso Mocotó. Caipirinha vai, caipirinha vem, nos mudamos pra São Paulo, o Instituto Moreira Salles abriu as portas na Paulista e o restaurante, logo no térreo, é do mesmo chef do Mocotó.

O Balaio IMS, ao fundo, tem área aberta e verde, na frente, janelas de vidro do teto ao chão, que ajudam a dar uma sensação de espaço amplo. Bar aberto e barmen fazendo firulas; luminárias, cujas cúpulas são cestos de palha (balaios); e longas mesas coletivas compõem um ambiente que é cool sem ter o nariz em pé.

Pra ser feliz, mesmo enquanto espera mesa, você pode se acomodar em um dos bancos do átrio do museu e já pedir bebidas e petiscos. O Marido pediu uma dose de cachaça e eu fui de gin tônica com toque tropical; o Tamangá (R$27) leva manga e tangerina, vem com bastante gelo e estava super refrescante.

Ao invés dos famosos dadinhos de tapioca, fomos de rojão de porco (R$29). Dois espetinhos com carne de porco prensada, lembram a kafta, vêm servidos com farofa crocante de milho e limão à francesa. A carne estava macia e bem temperada; a farofa, por ser simples, não oferecia contraste ao sabor, somente textura. De quebra, ainda servem duas pimentas verdes que o Marido jurou que não eram muito ardidas, mas eu não tive coragem de provar.

Na hora de escolher o prato principal,fomos super tradicionais e  pedimos o bife do açougueiro (R$54), um clássico nacional: arroz, feijão, bife e fritas de mandioca. Para qualquer carioca, o feijão tradicional é o feijão preto, mas por aqui o que recebemos foi o feijão mulatinho e arroz soltinho, cada um servido em uma panelinha staub. Nossos bifes de açougueiro, de peito de boi, que o garçom garantiu que se tratava de uma carne macia e sem gordura, vieram abertos ao meio e servidos bem passados, como nós pedimos. A mandioca frita estava dourada que só! E de quebra, um potinho com vinagrete de abóbora completa esse clássico revisitado.

Não sei se foi o ponto da carne, mas o bife não era lá essas coisas e lembrou muito carne de sol; o feijão merecia mais tempero e a vinagrete, de tão apimentada, não tinha gosto de abóbora. A estrela do prato foi a mandioca: sequinha e crocante por fora, super macia por dentro, daquelas que só sua avó sabia fazer.

De sobremesa, fui de chocolate com caramelo de cupuaçu e crocante de chocolate branco (R$18). Já o marido pediu o sorvete de chocolate com maracujá e nibs de cacau (R$9).

A minha sobremesa era tão linda, que chamou atenção até das dondocas magrelas, sentadas na mesa ao lado: chocolate cremoso, consistência quase de mousse, servido por cima de creme de cupuaçu com cor de caramelo e farofa de chocolate branco que não era tão doce e servia mais para dar crocância do que compor o sabor da sobremesa. Uma delícia que parece o clássico bombom de chocolate recheado com cupuaçu, mas desconstruído. O sorvete do marido não fez muito sucesso – nem com o marido, nem com o garçom que também criticou a sobremesa – o gosto de maracujá prevalece sobre o chocolate que só aparece na cor do sorvete e nos pedacinhos de cacau, além de ser excessivamente doce. 

Um gin tônica e alguns pratos depois, ainda não tenho certeza de que esse almoço merece um post.

Balaio IMS – End.: Av. Paulista, 2424 – Bela Vista – Tel.: 2842-9123 – http://balaioims.com.br/

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